A Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão sendo questionados por suspeitas de coação de testemunhas para o processo contra o ex presidente Lula sobre o Sítio de Atibaia, na Operação Lava Jato. Foi o próprio Juiz Sérgio Moro que se viu forçado a questionar o MPF após testemunhas do caso afirmarem que foram “procuradas” e “abordadas” por agentes armados, sem mandados, questionando sobre as relações de Lula com o Sítio que não é dele.
Segundo matéria do Portal UOL, as testemunhas denunciaram os supostos abusos de autoridade em depoimentos prestados na quarta-feira (20) ao Juiz Sérgio Moro. Eles teriam sido procurados já em 2016, antes de a denúncia ser aceita por Moro, em 2017.
Pela denúncia do eletricista Lietides Vieira, agentes da PF retiraram sua esposa e seu filho pequeno de casa às 6 horas da manhã para questioná-la. Ele afirmou que os agentes estavam com roupas camufladas e de armas na mão.
Os agentes não apresentaram nenhum tipo de intimação ou mandado. As perguntas feitas eram sempre sobre o ex-presidente Lula. A esposa de Lietides trabalha na limpeza da propriedade, contratado por Fernando Bittar, que é um dos donos do Sítio.
A esposa do eletricista e o filho se disseram abalados com o episódio e o menino de 8 anos tem acompanhamento médico até hoje. Um irmão de Lietides Vieira, Edvaldo, também relatou constrangimentos do MPF na tentativa de obter informações para o processo.
Um dos advogados da defesa de Fernando Bittar, Alberto Toron, chegou a “bater boca” com o juiz Sérgio Moro durante o depoimento de ontem. Toron questionou a abordagem e a suposta coação das testemunhas.
O juiz Sérgio Moro tenta, no caso, estabelecer uma conexão entre o ex-presidente, o sítio de Atibaia (SP) e propinas na Petrobras.
Lula é mantido preso político há mais de 70 dias na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Ele já foi condenado sem provas por Moro no caso do tríplex no Guarujá (SP).